Boas vindas!

Sejam bem-vindas, sejam bem-vindos!
Deixem seus comentários, suas sugestões e, principalmente, suas críticas.
Este blog poderá se tornar uma grande ferramenta para todos nós.
Por isso sua contribuição é fundamental.
Abraço,
Leonardo

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Ardi: a descoberta mais impressionante de 2009


Qual seria a aparência do ancestral mais antigo do homem? Chimpanzé, a maioria diria. Pois bem, parece que nosso ancestral não era bem assim…

Ardipithecus ramidus (ou “Ardi”, para os íntimos) é considerado por muitos cientistas o mais antigo fóssil hominídeo já encontrado, datado de 4,4 milhões de anos atrás! Seu esqueleto foi exposto ao mundo em outubro, numa edição especial da prestigiosa revista cientifica Science e está sendo considerada a descoberta do ano. Tim White, da Universidade de Berkley, e 47 outros pesquisadores demoraram mais de 15 anos para publicar esses achados. Mas por que Ardi é tão especial?

Ardi é um dos pouquíssimos esqueletos bem conservados de hominídeos. Cientistas acreditam que Ardi pode ser um dos nossos ancestrais mais antigos, após nossa divergência com chimpanzés.

Acredita-se que hominídeos e chimpanzés tenham divergido há aproximadamente 7 milhões de anos. Até a descoberta do esqueleto de Ardi, muitos paleontólogos acreditavam que nosso ancestral comum com chimpanzés seria mais parecido com chimpanzé do que com humano (análises de DNA indicam que atualmente o nosso parente vivo mais próximo é o chimpanzé, pois tem mais de 98% de similaridade como nosso genoma).

Realmente Ardi não se parece nada com Lucy, o ancestral humano mais antigo e mais estudado até então, com 3,2 milhões de anos. A surpresa é que Ardi também não se parece com chimpanzés. Ardi está mais para um tipo de hibrido com características bastante peculiares… Eu explico, mas antes vamos discutir um pouco sobre a história (ou melhor, pré-história) dos hominídeos e sua importância na árvore evolutiva humana.

Hominídeos são nossos primeiros antepassados bípedes. Repare que, para ser caracterizado um hominídeo, o esqueleto fóssil tem que demonstrar habilidade de caminhar sem o auxílio das mãos. Chimpanzés não são capazes de andar por longas distâncias em duas pernas. Na verdade, nenhuma outra espécie de primata é bípede a maior parte do tempo como nós. Evidências fósseis e rastros de pegadas preservadas indicam que o bipedalismo ocorreu assim que a linhagem humana divergiu dos antigos macacos africanos.

Alguns cientistas acreditam que o bipedalismo foi essencial para o desenvolvimento da cultura humana, pois liberou nossas mãos para carregar grandes quantidades de comida além de possibilitar a manipulação de ferramentas. Análises do esqueleto fossilizado de Ardi indicam que sua bacia tem capacidade de equilíbrio para caminhar com 2 pernas e há evidências de que a posição de sua cabeça era ereta e não curvada para frente, como nos chimpanzés.

Outra evidência do bipedalismo em Ardi veio da reconstituição dos ossos da mão. Concluiu-se que a estrutura dos ossos é bem mais frágil do que o observado em chimpanzés, que têm adaptações específicas para subir em árvores e caminhar apoiados nos ossos do metatarso. Essa característica pode indicar que as adaptações na mão e pulso, desenvolvidas por chimpanzés, provavelmente ocorreram após a divergência com humanos.

Em que o Ardi se diferencia dos humanos, então? Ardi tem o polegar opositor aos dedos da mão, como humanos modernos e como Lucy, mas também possui o polegar opositor aos dedos do pé. Essa característica facilita a caminhada e movimentação em ambientes como galhos de árvores. A presença do polegar opositor no pé não é observada em humanos modernos e nunca tinha sido observada em nenhum outro hominídeos até então.

Ainda que não totalmente confirmada, essa observação modifica a nossa visão do ambiente em que os antepassados dos humanos viviam. De acordo com C. Owen Lovejoy, outro autor envolvido no projeto, os primeiros ancestrais dos humanos não moravam nas Savanas como anteriormente previsto, mas sim em florestas.

Em resumo, as interpretações do grupo de Tim White levantam muitas questões interessantes sobre nossos ancestrais, mas principalmente nos fazem rever a forma de pensar sobre a evolução dos primeiros hominídeos. Aparentemente, não adianta simplesmente olhar características dos chimpanzés modernos e assumir relações evolutivas entre nós. Os chimpanzés também evoluíram 6 a 7 milhões de anos até os dias de hoje. Mais recursos têm que ser investidos para estudar a árvore evolutiva dos chimpanzés – até hoje poucos fosseis foram encontrados.

Alysson Muotri (Fonte: http://colunas.g1.com.br/espiral/, em 21 de dezembro de 2009.)

terça-feira, 7 de julho de 2009

Na história das epidemias, até salmonela já foi grande vilã

Peste negra devastou um terço da população europeia na Idade Média.
Conheça algumas das principais epidemias já enfrentadas pelo homem.

Imagem da época mostra padre abençoando doentes de peste (Foto: Reprodução/Wikimedia Commons)

Epidemias, como a recente gripe suína , causam pânico, preocupação e mortes. Sempre foi assim, desde que o homem começou a conviver com as bactérias, as formas de vida mais antigas do planeta. As doenças têm formas variadas, e as mortes podem ser provocadas tanto por uma enfermidade antiga quanto por um novo vírus.

Uma definição de epidemia é dada pelo infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e autor de "A Historia e Suas Epidemias", Stefan Cunha Ujvari: " são ocorrências de casos de uma doença em número superior ao esperado – esperado com base em cálculos, não em adivinhação."

Em muitos momentos da história, populações foram arrasadas por mortes em grande escala. A diferença em relação às epidemias atuais é que, antigamente, não eram conhecidas as causas de muitas doenças e não era possível, como hoje, fazer um trabalho preventivo.

"Hoje, com um mundo globalizado e grande acesso a informação e tecnologia, podemos controlar mais facilmente o desenvolvimento dos casos", explicou Ujvari em entrevista ao G1 por telefone.

Doenças como cólera, varíola, sarampo e gripe mataram milhões de pessoas em diferentes épocas e lugares. Confira algumas das piores epidemias da história:

Praga de Atenas

No verão de 430 AC, uma epidemia assolou a cidade grega de Atenas. O historiador Tucidides, que sofreu ele próprio da doença, descreveu na época os sintomas como 'calores na cabeça, inflamação nos olhos, dores na garganta e na língua'. A epidemia ocorreu durante o começo da guerra do Peloponeso, entre Atenas e Esparta, e afetou o exército ateniense. De 25% a 35% da população de Atenas morreu vítima da doença.

Segundo o infectologista Stefan Ujvari, o que favoreceu as mortes foi a aglomeração de pessoas nos muros de Atenas por causa da guerra. "Isso funcionou como um caldeirão para a epidemia." Ele conta que a doença que provocou a praga ficou por muitos anos sendo um mistério. "Até que, há cinco anos mais ou menos, uma cova com corpos dessa época foi descoberta e, dentro dos dentes dos cadáveres, foi encontrado o material genético da salmonela."

Peste dos Antônios

Uma grande epidemia começou em 165 e no ano seguinte atingiu Roma, durando 15 anos. O nome era uma alusão à família que governava o império na época. Cerca de um terço da população morreu. No auge da epidemia, eram registradas quase duas mil mortes diárias em Roma.

Em 180, o próprio imperador Marco Aurélio foi morto pela doença. O médico Claudio Galeno descreveu na época a peste como tendo sintomas de febre, diarréia e erupções cutâneas.

Lepra na Europa medieval

Entre os anos 1000 e 1350, a lepra se desenvolveu na Europa. As vítimas sofriam lesões na pele, deformações e perda das extremidades. As pessoas eram isoladas e sofriam muito preconceito. Nessa época, muitos centros para leprosos foram criados, e a Igreja Católica controlava os doentes, sustentando que as lesões eram sinais de impureza religiosa. O doente identificado recebia uma cerimônia religiosa, a ‘missa dos leprosos’, em que ganhava trajes especiais e um instrumento sonoro para anunciar sua chegada a lugares públicos.

"Uma verdadeira perseguição aos leprosos ocorreu na época. Como a lepra não é uma doença altamente contagiosa, achamos que muita gente que tinha doenças de pele foi rotulada como tendo lepra", explicou Stefan Ujvari.

A pior de todos os tempos: a peste negra

Pior epidemia da história da humanidade segundo o infectologista, a peste bubônica matou um terço da população europeia. Com início em 1347, a doença se espalhou rapidamente, seguindo as rotas marítimas.

Em 1348, a doença já havia atingido as áreas mais densas dos mundos cristão e muçulmano. A peste chegou num momento de crise agrária e fome. Por volta de 1350, toda a Europa central e ocidental tinha sido afetada. Após essa grande epidemia, a doença não desapareceu e continuou provocando surtos de tempos em tempos.

Os sintomas da peste bubônica são mal-estar, febre, dores no corpo e inchaços do tamanho de um ovo, conhecidos como bubões. A coloração azulada que dá o nome à doença, ocorre pela falta de oxigenação da pele, pela insuficiência pulmonar.

Ratos com pulgas contaminadas pelo bacilo foram um grande fator de disseminação da peste na época. Segundo escreveu Ujvari em seu livro "A História e suas epidemias", "as epidemias encontram terreno propício nas regiões com aglomerações populacionais e condições precárias de higiene, em que ocorre grande proliferação de ratos dividindo espaço com os homens.”

Suor inglês: a doença misteriosa

A cidade de Londres foi alvo de uma epidemia no século XV. As características da doença eram febre intensa e calafrios. Em poucas horas, o paciente podia ter convulsões, entrar em coma e morrer. De cada três pessoas que apresentavam o sintoma, uma morria. A doença teve grandes surtos e chegou a atingir boa parte da corte de Henrique VIII. Cidades perderam quase a metade da população.

O ultimo surto da doença, em 1529, atingiu outros países, como Holanda, Rússia e Alemanha. Depois de um quinto surto, em 1551, quando matou 900 pessoas nos primeiros dias, a doença desapareceu completamente e permanece como um mistério ate hoje.

Cólera na era das máquinas

Hospital improvisado no Kansas, durante a gripe espanhola (Foto: Reprodução/Wikimedia Commons)

Em 1817, a cólera começou a se espalhar por áreas da Índia, onde já era endêmica. Alguns anos depois, atingiu o leste da Ásia e o Japão. Em 1820, Bangcoc, capital da Tailândia, reportou 30 mil mortes (numa população de 150 mil habitantes).

Dez anos mais tarde, em 1831, a doença chegou à Europa pela Inglaterra e atingiu os principais centros industriais e locais de moradia lotados, como cortiços. Durante a epidemia, quase 30 mil pessoas morreram no Reino Unido, a maioria pessoas pobres.

Gripe espanhola

Os soldados que lutavam nas trincheiras durante a Primeira Guerra Mundial em 1918 enfrentavam não apenas o frio, a chuva, a lama e o inimigo. Nessa época, uma gripe mortal acometeu tropas inteiras e logo se espalhou para a população civil, matando de 40 milhões a 50 milhões de pessoas, primeiro na Europa e nos EUA, depois na Ásia e nas Américas Central e do Sul. Há relatos de pessoas que acordavam bem e, no final da noite, estavam morrendo – tão rápido era o avanço da doença.


No Brasil, a gripe espanhola, como ficou conhecida, apareceu no final do ano, quando marinheiros desembarcaram doentes após uma ida à África. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, 65% da população adoeceu. “Só no Rio de Janeiro, foram registradas 14.348 mortes. Em São Paulo, outras 2.000 pessoas morreram”, diz o site da Fiocruz.

Gripe asiática

A doença atingiu a China nos anos de 1957 e 58 e chegou aos EUA matando mais de 70 mil pessoas. Diferente do tipo de vírus que causou a epidemia de 1918, esse era rapidamente identificado principalmente devido aos avanços da tecnologia médica. A Organização Mundial da Saúde estima que até 50% da população foi afetada, e a taxa de mortalidade era de uma pessoa a cada 4 mil. O numero de mortes no mundo passou de um milhão.

Gripe de Hong Kong

Nos anos de 1968 e 69, um outro tipo de gripe matou de 1 milhão a 3 milhões de pessoas - quase 34 mil só nos EUA e 30 mil na Inglaterra. Transmitida por aves, a doença matou em muito pouco tempo. Meio milhão de casos foram reportados em Hong Kong apenas nas duas primeiras semanas. A doença chegou nos EUA em setembro de 1968, por meio de soldados vindos do Vietnã. A vacina começou a ser fabricada dois meses após o surto.

Sars

A doença respiratória viral Sars (sigla em inglês para Síndrome Respiratória Aguda Grave) foi detectada pela primeira vez em fevereiro de 2003, na Ásia. Nos meses seguintes, se espalhou para mais de 12 países na América do Norte, na América do Sul, na Europa e na Ásia. A doença começa com uma febre alta e pode ter dores de cabeça, no corpo e mal-estar. A transmissão ocorre por contato próximo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, um total de 8.098 pessoas ficaram doentes no mundo, das quais 774 morreram. No mesmo ano a epidemia foi controlada.

Fonte: G1 (http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1101132-16107,00-NA+HISTORIA+DAS+EPIDEMIAS+ATE+SALMONELA+JA+FOI+GRANDE+VILA.html), em 07 de julho de 2009.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Cientistas descobrem nova espécie de cobra-de-duas-cabeças no Cerrado

Animal, nativo de Goiás, apareceu durante obras de usina hidrelétrica.
Anfisbênios são grupo ainda pouco estudado de répteis.
A construção de uma hidrelétrica no sudoeste de Goiás acabou trazendo à superfície uma nova espécie de cobra-de-duas-cabeças, ou anfisbênio. Esses répteis, que passam a maior parte de sua vida debaixo da terra, ainda são relativamente misteriosos para os biólogos, e sua diversidade ainda é pouco conhecida -- tanto que muitas outras espécies ainda podem estar esperando para serem descobertas.

"Em regiões mais quentes eles parecem ser de difícil acesso, havendo poucos registros de encontros ocasionais para muitas das espécies de anfisbênios. Em lugares nos quais alguns meses do ano são mais frios, é possível encontrá-los mais facilmente perto da superfície para tentar se aquecer. No entanto, obras grandes para construções ou para abertura de áreas para plantio estão revelando animais desconhecidos com frequência no Cerrado e na Caatinga", contou ao G1 a bióloga Síria Ribeiro, doutoranda da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).

Ribeiro e seus colegas Alfredo Santos-Jr., também da PUC-RS, e Willian Vaz-Silva, da Universidade Federal de Goiás, descreveram formalmente o novo réptil em artigo na revista científica "Zootaxa". A criatura ganhou o nome de Leposternon cerradensis por ser, por enquanto, o primeiro membro de seu gênero, o Leposternon, a ser encontrado apenas no Cerrado. Os pesquisadores ainda não têm dados precisos sobre as profundidades que ele habita, sua dieta (provavelmente composta por pequenos insetos também subterrâneos, como formigas, cupins ou larvas deles) ou mesmo sua distribuição geográfica.

"Normalmente, o que acontece é que, quando a terra está sendo escavada durante determinada obra, os bichos são encontrados. Também pode acontecer de eles subirem à superfície quando o reservatório de uma hidrelétrica está se enchendo", fugindo da água, explica Ribeiro. Por isso mesmo, os biólogos acabam dependendo de um golpe de sorte (ou de azar, levando em conta a bagunça no habitat do animal) para conseguir observar as criaturas.

Foi Vaz-Silva, que acompanhava a construção da Usina Hidrelétrica de Espora no município de Aporé (GO), o responsável por recolher os espécimes da cobra-de-duas-cabeças durante um procedimento de resgate de fauna. "Ele me mandou as fotos e eu logo notei que se tratava de um bicho novo, porque morfologicamente ele é muito diferentes das outras espécies de Leposternon", diz a bióloga da PUC-RS.

Cabeças

Ribeiro explica que "cobra-de-duas-cabeças" está longe de ser um nome popular adequado. "Na verdade a cabeça verdadeira é bem característica. O problema é que as pessoas têm tanto medo de serpentes e assemelhados que não conseguem olhar direito", brinca. Bobabem: para humanos, os anfisbênios são inofensivos. Na verdade, o que confunde o observador casual, diz ela, além da leve semelhança no formato das duas extremidades, é o fato de que a locomoção do animal envolve o movimento de ambas as pontas do corpo, de forma que a cauda pode dar a impressão de ser a cabeça.

A nova espécie tem uma conformação especial da cabeça que faz com que ela funcione como pá, escavando o caminho adiante no subsolo. As principais diferenças do bicho em relação a seus parentes próximos estão em detalhes como as escamas da cabeça, nos chamados poros pré-cloacais e no número de meio-anéis dorsais e ventrais e anéis caudais que recobrem o corpo.

Os poros, como o nome diz, ficam perto da cloaca (abertura que, nos répteis, serve para todas as funções fisiológicas, como expelir urina e fezes e copular). "Não temos dados diretos sobre a função dos poros nessa espécie. Mas, em outros anfisbênios, estudos morfológicos indicaram que eles podem estar relacionados com a comunicação entre indivíduos da mesma espécie e de espécies distintas", diz Ribeiro.

A cor rosada do bicho não significa que ele seja albino, explica ela. "Ainda não sabemos muito a respeito disso, mas o Leposternon cerradensis compartilha com as demais espécies com poros a ausência de coloração escura, e essas espécies estão presentes, principalmente, em áreas abertas, podendo a coloração estar relacionada com o solo utilizado ou até mesmo um determinado ambiente", afirma a bióloga. É mais um mistério ainda não-elucidado sobre os anfisbênios, como o de sua distribuição geográfica -- ninguém sabe se as espécies encontradas num só lugar até hoje, como a nova, são mesmo únicas daquela região ou apenas muito discretas e comuns em outras.

Fonte: G1 (http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1171381-5603,00-CIENTISTAS+DESCOBREM+NOVA+ESPECIE+DE+COBRADEDUASCABECAS+NO+CERRADO.html), em 01 de julho de 2009.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Japão tenta entender misteriosa chuva de girinos em Hiroshima

Peixes e até sapo totalmente formado foram achados na precipitação. Tromba d'água é uma das hipóteses, mas nada foi provado.
Um mistério ronda as cidades japonesas de Hiroshima e Iwate: bizarras ocasiões de chuva de girinos, afirma o jornal britânico "The Guardian". Peixes e sapos formados também foram encontrados na estranha forma de precipitação. Segundo o "Guardian", os meteorologistas japoneses ainda não sabem como explicar o fenômeno, no qual os girinos mortos parecem despencar dos céus. Os animais muitas vezes cobrem casas, plantações, pátios de escolas e carros. Alguns chegaram a propor que os bichos foram arrancados de seu local de origem por trombas d'água, mas não há registros de ventos fortes que tenham acompanhado o fenômeno. Outra hipótese é que aves aquáticas tenham capturado os bichos e depois deixado que eles caíssem de seu bico em pleno vôo. O mistério, no entanto, persiste.
Fonte: G1 (http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1197948-5603,00-JAPAO+TENTA+ENTENDER+MISTERIOSA+CHUVA+DE+GIRINOS+EM+HIROSHIMA.html), em 17 de junho de 2009.

domingo, 7 de junho de 2009

Pesca predatória faz bacalhau evoluir em 'tempo real'


Ele já foi chamado de “o peixe que mudou o mundo”, mas uma descrição mais precisa hoje seria “o peixe que está indo pro saco”.

OK, peço desculpas pela expressão engraçadinha, mesmo porque a atual situação do pobre Gadus morhua, o tradicional bacalhau, não é nada divertida. Depois de alimentar (literalmente) a expansão viking, as navegações portuguesas e a colonização dos EUA, o peixe foi pescado de forma tão intensa nas últimas décadas que sua população entrou em colapso em vários lugares. E, conforme mostra um estudo recente, até a dinâmica evolutiva da espécie está sendo afetada – com mais um colapso pesqueiro como o subproduto provável do fenômeno.

A má notícia está num artigo da revista científica de acesso livre “PLoS One”. Os autores são Einar Árnason e Ubaldo Hernandez, da Universidade da Islândia, e Kristján Kristinsson, do Instituto de Pesquisas Marinhas da Islândia. (Como se vê, a Islândia é um dos poucos lugares do mundo, se não o único, onde ainda se fazem nomes vikings como antigamente). Já se sabe há tempos que a pesca intensiva é capaz de fazer as vezes de uma versão turbinada da seleção natural. Afinal, os pescadores sempre tentam capturar os peixes maiores, o que faz com que as populações mais visadas passem a ser dominadas por nanicos precoces. Isso porque os peixes que conseguem chegar à idade reprodutiva mais cedo e com menor tamanho têm mais chances de sobreviver, de forma que só acabam sobrando os pequeninos. Mas o processo pode demorar décadas para se completar.

Árnason, Hernandez e Kristinsson foram além dessa constatação: conseguiram flagrar diferenças genéticas importantes na população de bacalhau, algumas das quais estavam sendo claramente favorecidas pela pesca predatória. Estamos falando de variantes do gene Pan I, que permitem que diferentes populações de bacalhau se adaptem à vida no raso ou no fundo.

Lembrando muito rapidamente: quase todos os animais carregam duas cópias de cada gene, um oriundo do pai e outro da mãe do bicho (ou da pessoa) em questão. E, além disso, cada cópia pode vir em dois ou mais “sabores” ou variantes, os chamados alelos. No caso dos bacalhaus e do gene Pan I, os peixes podem carregar duas cópias do alelo A (são, portanto, AA), o que significa que passam a maior parte do tempo em águas rasas, ou duas cópias do alelo B (são os BB), o que os leva a viver quase sempre em águas profundas. Cruzamentos entre essas duas formas, os AB, são possíveis, mas os peixes “mestiços” tendem a morar em profundidades compatíveis com as de seus ancestrais AA.

Vida no raso
Acontece, porém, que para os pescadores vale muito mais a pena capturar peixes em águas rasas do que em águas profundas, mesmo com a tecnologia atual. Por isso, as áreas rasas do Atlântico perto da Islândia correspondem à grande maioria da cota de 160 mil toneladas de bacalhau capturadas em 2007, por exemplo. E o resultado disso é inconfundível: de ano a ano, a proporção de indivíduos que são classificados geneticamente como AA e, em menor grau, como AB está diminuindo.

Parece algo simples, eu sei, mas na verdade se trata de uma mudança evolutiva considerável. Na prática – e sem nem pensar muito a respeito disso –, os pescadores islandeses estão eliminando uma fatia da diversidade genética do bacalhau, de maneira que não haverá mais populações de água rasa da espécie se a coisa continuar do jeito que está. É, é exatamente o que você está pensando: além de extinguir os bacalhaus “rasos”, os pescadores vão extinguir a si mesmos no processo, se nada for feito.

O trio de pesquisadores sugere que se estabeleça urgentemente um sistema de áreas protegidas em que não se pode pescar – as chamadas zonas de “no-take” – em vários locais da costa da Islândia, como forma de tentar evitar o pior. Espero que eles consigam ser uma voz da razão em meio às pressões favoráveis à pesca predatória. De qualquer maneira, a análise deles é um dos testemunhos mais eloqüentes em favor do estudo teórico e prático da seleção natural. Ignorar a teoria da evolução é ruim para o bolso, para o estômago – e, em última instância, para o legado que a nossa espécie quer deixar na Terra.

Fonte: G1 (http://colunas.g1.com.br/visoesdavida/2009/06/06/a-ultima-bacalhoada/), em 08 de junho de 2009.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Suplemento de vitaminas pode atrapalhar efeitos benéficos do exercício físico


Vitaminas C e E impediriam que organismo fique mais resistente a diabetes.
Chave do fenômeno pode ser ação de nutrientes sobre oxigênio celular.

Se você resolveu malhar pesado para emagrecer e colocar a saúde em dia, vá em frente, mas cuidado: nem pense em tomar suplementos de vitaminas ao mesmo tempo. Essa, ao menos, é a conclusão paradoxal de um estudo coordenado por pesquisadores alemães. Eles verificaram que o consumo dos suplementos alimentares pode colocar o efeito benéfico do exercício físico a perder, em especial no que se refere à prevenção contra o diabetes.

Os resultados da pesquisa, liderada por Michael Ristow, da Universidade de Iena, estão na edição desta semana da prestigiosa revista científica americana "PNAS". O design experimental não poderia ser mais simples: 40 homens adultos saudáveis iniciaram um programa de exercícios físicos; metade deles recebi suplementos das vitaminas C e E e metade não ingeria as vitaminas.

Os pesquisadores usaram biópsias dos músculos dos voluntários para examinar o que acontecia com o metabolismo deles. Normalmente, o que acontece é que a malhação facilita a ação da insulina no organismo das pessoas, o que ajuda a prevenir o diabetes, uma das doenças mais complicadas e comuns da modernidade.

Acontece que os sinais de uma melhora no metabolismo da insulina eram praticamente anulados nas pessoas que ingeriam os suplementos de vitaminas. Para os pesquisadores o "elo perdido" desse fenômeno misterioso pode ser a produção de radicais livres, formas quimicamente instáveis de oxigênio produzidas pelas células durante o esforço físico. Acontece que as vitaminas C e E possuem efeito antioxidante, acabando com os radicais livres. Ou seja, é como se o corpo não "sentisse" os efeitos do exercício.

É importante lembrar que os pesquisadores não desaconselham o consumo de frutas, verduras e outros alimentos ricos em vitaminas. Mas os dados mostram que a ingestão de suplementos de vitamina C e E precisa ser repensada.

Fonte: G1 (http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1116851-5603,00-SUPLEMENTO+DE+VITAMINAS+PODE+ATRAPALHAR+EFEITOS+BENEFICOS+DO+EXERCICIO+FISI.html), em 12 de maio de 2009.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Entenda como a gripe suína se espalha entre humanos

Segundo especialistas, vírus não passa facilmente de humano a humano.
Contato com porcos aumenta risco, mas consumo de carne suína é seguro.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês) divulgou algumas informações sobre o vírus H1N1, a chamada gripe suína que está causando preocupação mundial após casos confirmados em México, EUA, Canadá e Espanha.

A análise do vírus sugere que ele tem uma combinação de características das gripes suína, aviária e humana. Essa versão, especificamente, não havia sido descoberta antes pelos cientistas. Mas, felizmente, a conclusão inicial é a de que o vírus se espalha mais facilmente entre os porcos, e o contágio de humano para humano não é tão comum e simples quanto o da gripe comum.

A maioria dos casos ocorre quando pessoas têm contato com porcos infectados ou objetos contaminados circulando entre pessoas e porcos. Não há contaminação pelo consumo de carne ou produtos suínos. Cozinhar a carne de porco a 71 graus Celsius mata o vírus da gripe suína, assim como outros vírus e bactérias.

Os sintomas da gripe suína em humanos são similares àqueles da gripe convencional -- febre repentina, tosse, dores musculares e cansaço extremo. Esse novo surto, aparentemente, também causa mais diarreia e vômitos que a gripe convencional.

Vacinas estão disponíveis aos porcos para a prevenção da gripe suína. Não há vacina para humanos, embora o CDC esteja formulando uma. A vacina contra a gripe convencional pode ajudar a prover proteção parcial contra o vírus suíno H3N2, mas não contra o H1N1, como o que está circulando agora.

Reservatório e misturador

Os porcos têm uma constituição que os permite serem infectados por gripes humanas ou aviárias. Quando um vírus da gripe de diferentes espécies infecta porcos, eles podem se misturar dentro do animal e novos vírus mutantes podem ser criados -- como a cepa do H1N1 vista agora.

Esse vírus pode ser retransmitido dos porcos de volta para os humanos, que até podem se contaminar entre si, mas num processo bem mais difícil do que em uma gripe convencional.

Fonte: G1 (http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1097486-5602,00.html), em 01 de maio de 2009.

sábado, 18 de abril de 2009

Pesquisa sugere novo padrão para iniciar tratamento contra o HIV

Especialistas recomendam uso de remédios em fase mais precoce da Aids.
Recomendação dificilmente será seguida em países africanos afetados.
Pesquisadores identificaram um novo padrão para iniciar o tratamento por medicamentos contra a Aids, de acordo com um relatório publicado online na revista científica "Lancet".
A questão de quando começar o tratamento tem sido um "pêndulo", diz um editorial que acompanha o estudo. O marcador em questão é a contagem CD4, que representa quantas das células atacadas pelo vírus da Aids são encontradas em um microlitro de sangue.

Em países pobres, a Organização Mundial de Saúde recomenda iniciar quando a contagem está entre 200 e 350; em países ricos, a decisão é tomada por pacientes e médicos. A nova análise, que examinou 18 estudos com 45 mil pacientes americanos e europeus, concluiu que começar mais cedo salvou mais vidas, então o tratamento deveria começar quando a contagem cai para 350.

É uma troca. Um tratamento prematuro agressivo pode evitar a explosão completa da Aids e a morte, mas remédios antirretrovirais podem causar redistribuição de gorduras, hepatite, falência dos rins, dores e elevação do risco de doenças cardíacas. Os novos procedimentos são menos tóxicos, mas nem sempre estão disponíveis em países pobres, onde os medicamentos chegam a menos da metade das pessoas que precisam deles.

A descoberta tem implicações complexas para a África, onde o número de pessoas doentes o bastante para precisar dos medicamentos vem aumentando em cerca de 1 milhão por ano. Se a OMS adotar o novo padrão, o número pode aumentar em mais 1 milhão, alguns estimam. As doações globais para pagar por tratamentos não acompanharam nem mesmo as necessidades atuais.

Fonte: G1 (http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1088943-5603,00-PESQUISA+SUGERE+NOVO+PADRAO+PARA+INICIAR+TRATAMENTO+CONTRA+O+HIV.html), em 18 de abril de 2009.

Micróbios na Antártida aumentam chances de encontrar vida extraterrestre


Criaturas formaram ecossistema debaixo de quase 500 m de gelo.
Água em que vivem é extremamente salgada e sem oxigênio algum.

Quase meio quilômetro de gelo na cabeça, sal a dar com o pau e zero oxigênio. O cenário pode parecer inóspito, mas não para a comunidade de bactérias que habita o fundo da geleira Taylor, na Antártida Oriental. Pesquisadores americanos conseguiram analisar a salmoura que sai debaixo do bloco de gelo e determinaram que se trata de um grupo muito "saudável" de microrganismos, utilizando o ferro e o enxofre do local para se reproduzir há pelo menos 1,5 milhão de anos.

A pesquisa, que está na edição desta semana da revista especializada "Science", foi coordenada por Jill A. Mikucki, da Universidade Harvard (Costa Leste dos EUA). A cientista e seus colegas explicam que a salmoura debaixo da geleira é o resto de um braço de mar que foi engolfado por causa de mudanças geológicas na Antártida. No entanto, bactérias de origem marinha ficaram presas nessa água, que foi se tornando cada vez mais salgada. Em episódios cuja razão ainda não é bem conhecida, essa salmoura às vezes "vaza" debaixo da geleira. Em contato com o oxigênio do ar, ela forma óxidos de ferro, que dão ao vazamento a cor avermelhada acima.

Apesar do isolamento, do frio e da completa falta de oxigênio, os micróbios conseguem usar elementos na água e na rocha debaixo da geleira para sobreviver e prosperar. As condições lembram vagamente as existentes em locais como Europa, a lua gelada de Júpiter que possui um oceano debaixo de uma grossa camada de gelo. Se a vida consegue se estabelecer em locais como essa geleira, não é impossível que ela também floresça em Europa e em outros lugares remotos do Sistema Solar.

(http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1087949-5603,00-MICROBIOS+NA+ANTARTIDA+AUMENTAM+CHANCES+DE+ENCONTRAR+VIDA+EXTRATERRESTRE.html), em 18 de abril de 2009.

quinta-feira, 26 de março de 2009

SP ganha museu de ciência interativo voltado ao público jovem

Espaço de 8 mil m² na região central será inaugurado nesta quinta (26).
Catavento funciona em prédio que abrigou prefeitura entre 1992 e 2002.

Com o nome inspirado em um brinquedo de criança, será inaugurado nesta quinta-feira (26) o primeiro grande museu interativo de ciência de São Paulo. O Catavento, como foi batizado, irá funcionar em uma área de 8 mil m² dentro do Palácio das Indústrias, na região central da capital paulista. Ele vai estar aberto ao público somente a partir desta sexta-feira (27).

Os idealizadores informam que o museu tem um grande “apelo” junto ao público jovem – definições de seu presidente.

No espaço, criado pelas secretarias estaduais de Cultura e Educação, com apoio, por exemplo, da Universidade de São Paulo (USP), foram distribuídas 250 instalações em quatro seções chamadas universo, vida, engenho e sociedade. Em cada uma das áreas, o público terá acesso a conceitos que vão desde a formação do universo até a constituição do corpo humano e o funcionamento da sociedade. Tudo por meio da interação com equipamentos multimídia.

Logo na entrada, o visitante se depara com o primeiro dos ambientes interativos. Dentro da seção universo, a sala inicial simula a lua e visão que temos, a partir dela, da Terra. Até uma suposta pegada de um astronauta no solo lunar foi colocada no chão do local. Mais à frente, é possível ver, em grandes painéis e televisões com vídeos que respondem ao toque, a formação e constituição do universo, suas galáxias e planetas. Nesse espaço está, aliás, um dos poucos objetos históricos reais do lugar: um meteorito de 8,4 kg com mais de 6 mil anos, descoberto na Argentina.

Big Bang e Nemo

Após o passeio pelo espaço, em uma rápida passagem pelo “Big Bang” (nome dado por cientistas para explicar a origem do universo) o público chega à Terra e a percorre desde o seu núcleo até a crosta, com direito à verificar pedaços de minerais e rochas que constituem o solo. A ideia nesse espaço foi transmitir a sensação, para quem o percorre, de subir uma gruta até chegar à superfície do planeta.

Na seção seguinte, a vida, é possível se deparar com uma análise em 3D (três dimensões) do corpo humano e estudos que vão até o genoma. A biodiversidade também é apresentada neste espaço. Entre os seres vivos reais, destaque para o grande aquário com diversos “peixes palhaços”, aqueles que deram origem ao personagem Nemo, da animação “Procurando Nemo”, que deve garantir sucesso junto ao público infanto-juvenil.

No engenho, as criações do homem e como ele descobriu o funcionamento do espaço que o cerca são apresentadas nas áreas de eletromagnetismo, som, mecânica, calor e fluidos.

Conscientização juvenil

O pavimento superior do prédio foi dedicado à seção batizada de sociedade. Destaque para o espaço destinado às discussões, em que o objetivo é estimular os adolescentes e jovens a debaterem a solução de temas polêmicos que envolvem conceitos variados como ecologia e paz.

No espaço se encontra uma parede de escalada com imagens de diversos pensadores da humanidade, como Gandhi e Winston Churchill. A medida que o visitante sobe a parede e se aproxima das figuras, um sensor é acionado e as imagens conversam com o público.

Também nessa seção, por meio de uma parceria com uma ONG (organização não-governamental) que trabalha com questões envolvendo sexualidade entre adolescentes, foi montado um “espaço-labirinto” no qual grupos de 20 adolescentes participam de jogos em que, dependendo de suas respostas, demonstram conduta de risco ou prevenção com relação ao sexo.

Museu sem acervo

Com a inauguração do Catavento, a capital paulista passa a ter três grandes museus sem acervo, ou quase sem. Ao lado do Museu da Língua Portuguesa, na região da Luz, e do Futebol, no Pacaembu, o Catavento foi construído com base em ações de interatividade para reproduzir conceitos e conhecimento. Para o presidente do conselho do museu, Sérgio Freitas, essa é uma tendência do setor. "Apresentar as variedades de assuntos. Inclusive você consegue demonstrar espetacularmente conceitos que antes não se conseguia“, afirmou.

O Palácio das Indústrias, onde o museu está instalado, foi construído em 1924 e tombado como patrimônio histórico pelo Condephaat em 1982. No local funcionou a Prefeitura de São Paulo entre os anos de 1992 e 2002. Desde então, a construção estava fechada.

Em 2007, o governador José Serra (PSDB) decidiu implantar o museu no espaço. Após o início, a construção do Catavento demorou cerca de um ano e três meses para ser concluída e consumiu R$ 20 milhões. A expectativa da Secretaria de Cultura é que meio milhão de pessoas visitem o local no primeiro ano de funcionamento, sendo 15 mil alunos da rede estadual de ensino.

Serviço
Museu Catavento
Local: Palácio das Indústrias – Parque Dom Pedro II, Centro de SP
Funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 17h (bilheteria fecha às 16h)
Ingresso: R$ 6 (estudantes e idosos pagam meia entrada)
(É recomendada a visita para crianças a partir dos 6 anos)

Fonte: G1 (http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1058875-5605,00-SP+GANHA+MUSEU+DE+CIENCIA+INTERATIVO+VOLTADO+AO+PUBLICO+JOVEM.html), em 26 de março de 2009.

Senado aprova projeto que obriga planos a custear vasectomia e laqueadura

Lista de procedimentos aprovados inclui ainda o uso do DIU.
Agora, projeto será encaminhado para sanção do presidente Lula.
O Senado aprovou um projeto nesta quarta-feira (25) à noite que obriga os planos de saúde a cobrir despesas com planejamento familiar. Entre os procedimentos que poderão ser cobertos estão as cirurgias de vasectomia e laqueadura. O projeto segue agora para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar ampliou o rol dos procedimentos médicos que deveriam ser cobertos pelos planos há quase um ano, mas para o cliente nem sempre é fácil conseguir autorização –o que pode mudar agora com o projeto aprovado. Vasectomia, laqueadura e DIU estão na lista.
O presidente da Associação que reúne as empresas de planos de saúde, Arlindo de Almeida, reconheceu que ainda há dificuldade para a aplicação do rol. Mesmo assim considerou o projeto aprovado redundante.
Já a Agência Nacional de Saúde Suplementar apoiou a iniciativa do Senado. Disse que a nova lei será mais um instrumento de defesa do consumidor.
“À medida em que a lei institui também ações de planejamento familiar, ela nada mais faz do que legitimar já a iniciativa da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Ela transmite à sociedade e ao próprio setor que você vai poder ter sim ações de planejamento familiar custeadas pelo seu plano de saúde”, diz Eduardo Sales, diretor de fiscalização da ANS.
A sanção do projeto poderia ajudar pessoas como o funcionário público Rogério Oliveira Souza, que tem plano de saúde. Quando ele decidiu fazer vasectomia, precisou pagar do próprio bolso. “A vasectomia foi R$ 700. O médico deu um desconto porque a tabela é R$ 1.000”, disse.
“Planejamento familiar agora será coberto como um todo. Antes era só a contracepção. Por exemplo, o uso de DIU, de laqueadura, de vasectomia. Agora a concepção também, ou seja, a fertilização, a fecundidade da mulher ou do homem estarão protegido pelos planos de saúde”, diz a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), relatora do projeto.
Fonte: G1 (http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1060284-5598,00-SENADO+APROVA+PROJETO+QUE+OBRIGA+PLANOS+A+CUSTEAR+VASECTOMIA+E+LAQUEADURA.html), em 26 de março de 2009.

Acidente em Chernobyl afetou também invertebrados, diz estudo

Cientistas antes especulavam que tragédia podia ter ajudado animais. Pesquisa mostra que presença de aranhas e insetos diminuiu.
Invertebrados são muito sensíveis à radiação em Chernobyl (Foto: Vasily Fedosenko/Reuters)
A maior parte das conversas sobre as consequências ecológicas do acidente nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, foi sobre o impacto do desastre de 1986 sobre os animais. Pesquisas recentes refutaram a ideia de que a região em torno da usina de energia, contaminada por radiação e proibida para a maioria dos humanos, tenha se tornado um tipo de Éden pós-apocalíptico para cervos, raposas e outros mamíferos e pássaros.
Um novo estudo dos mesmos pesquisadores mostra que a região não é um paraíso para invertebrados. Anders Pape Moller, da Universidade de Paris-South, e Timothy A. Mousseau, da Universidade da Carolina do Sul, relatam na publicação "Biology Letters" que a abundância de insetos e aranhas foi reduzida na área.
Os pesquisadores conduziram pesquisas-padrão em florestas ao redor de Chernobyl durante três primaveras, de 2006 a 2008, anotando os números de abelhas, borboletas, libélulas, gafanhotos e teias de aranhas em pontos com níveis radioativos que variavam em quatro ordens de magnitude.
Após controlar por fatores como altura da vegetação e tipo de solo, eles descobriram que a abundância diminuía com o aumento da intensidade de radiação. O declínio era notável até mesmo em áreas com níveis relativamente baixos (cerca de 100 vezes de paisagens normais), o que sugere que a maioria dos invertebrados é altamente sensível a radiação.
Os pesquisadores notam que a maior parte da radiação da área está na camada superior do solo, e dado que muitos invertebrados passam muito tempo dentro ou próximos do solo – como ovos, larvas ou adultos –, isso pode explicar o declínio.
Fonte: G1 (http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1058743-5603,00-ACIDENTE+EM+CHERNOBYL+AFETOU+TAMBEM+INVERTEBRADOS+DIZ+ESTUDO.html), em 26 de março de 2009.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Cientista procura cogumelos luminosos na Amazônia

Uma espécie já foi encontrada por biólogo de Manaus. Cogumelo emite luz verde semelhante à dos vaga-lumes.
A descoberta foi feita por acaso. Durante uma expedição científica na rodovia BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, o biólogo Ricardo Braga-Neto percebeu que havia algo diferente em um pequeno cogumelo na mata: ele brilhava no escuro. Uma fraca luz verde, parecida com o brilho natural dos vaga-lumes, destacava o fungo na floresta.

A espécie já era conhecida, mas ninguém até então havia percebido nela o fenômeno da bioluminescência – o mecanismo que permite a seres vivos emitirem luz. Com a ajuda do colega Dennis Desjardin, dos EUA, Braga-Neto descobriu que Mycena lacrimans é a primeira espécie de fungo encontrada na Amazônia que tem o cogumelo bioluminescente, entre as 64 já classificadas no mundo.
Convencido de que a floresta pode guardar muitas outras surpresas, o biólogo, que é pesquisador do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) do Ministério da Ciência e Tecnologia, procura outros cientistas para aprofundar as pesquisas sobre fungos na Amazônia.
“Os fungos fazem parte de um reino tão importante quanto os animais e plantas, mas ainda são pouco estudados. Como eles são responsáveis pela reciclagem de nutrientes nos ecossistemas terrestres, são especialmente importantes na Amazônia, onde o solo é geralmente muito pobre”, explica Braga-Neto.

Já se tem alguma idéia sobre o mecanismo que gera a luz emitida pelos fungos, mas ainda não se sabe para que ela serve. “Alguns estudos mostram que isso atrai insetos. Outra hipótese é que essa luz seja usada para afastar bichos que comem fungos. Mas há também a idéia de que a luz serve para atrair predadores dos bichos que comem fungos”, conta o biólogo.

Ainda que a luz tenha cor semelhante à emitida pelos vaga-lumes, o pesquisador adverte que o mecanismo é bem diferente. A luz dos fungos é contínua, emitida inclusive durante o dia, e está ligada ao processo da decomposição da lignina, substância presente na madeira.

Quem quiser ver o cogumelo exibindo sua bioluminescência tem que enfrentar alguns desafios. “Uma boa estratégia para tentar achá-los é visitar a floresta em noite de lua nova, mas como geralmente se caminha na mata com lanternas acesas, é necessário ficar parado com a lanterna desligada por vários minutos olhando para chão, até que os olhos se acostumem com a escuridão e a luz dos fungos comece a ser reconhecida”, instrui o biólogo no blog de pesquisadores ligados ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Fonte: G1 (http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1041877-5603,00-CIENTISTA+PROCURA+COGUMELOS+LUMINOSOS+NA+AMAZONIA.html ), em 16 de março de 2009.

Incidência de câncer é menor entre vegetarianos, diz estudo

Pesquisa britânica mostrou que risco da doença é menor entre não-carnívoros, exceto no caso de tumores colorretais.

Um estudo realizado na Grã-Bretanha sugere que uma dieta vegetariana pode ajudar a prevenir câncer.

Os pesquisadores analisaram dados de 52,7 mil pessoas com idades de 20 a 89 anos, e concluíram que as que não comiam carne tinham uma incidência significativamente menor de câncer do que as que incluiam carne em sua dieta.

O estudo revelou, contudo, que os vegetarianos - quase um terço dos participantes - tinham uma maior incidência de câncer colorretal, que abrange tumores que atingem o cólon (intestino grosso) e o reto.

Este tipo de câncer geralmente está associado ao consumo de carne vermelha e a descoberta surpreendeu os pesquisadores.

O autor da pesquisa, Tim Key, da organização Cancer Research UK, disse que nenhum estudo anterior havia examinado a dieta vegetariana dessa forma e a questão gera muita confusão.

"É interessante. Ele (o estudo) sugere que pode haver alguma redução do risco de câncer em vegetarianos e pessoas que comem peixe e precisamos examinar isto com cuidado", afirmou.

"Ele (o estudo) não sustenta a ideia de que vegetarianos têm uma incidência mais baixa de câncer colorretal e eu acho que (...) nós precisamos analisar com mais cuidado como a carne se encaixa nisto."

O estudo foi publicado no "American Journal of Clinical Nutrition".

Fonte: G1 (http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1044337-5603,00-INCIDENCIA+DE+CANCER+E+MENOR+ENTRE+VEGETARIANOS+DIZ+ESTUDO.html ), em 16 de março de 2009.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Fadiga mental pode levar a cansaço físico, diz estudo

Voluntários fizeram teste de concentração antes de exercício físico.
Cansaço veio mais rápido assim do que só com o esforço corporal.
Pode não ser uma surpresa, mas pesquisadores mostraram experimentalmente que o trabalho mental é fisicamente exaustivo.
Num estudo britânico publicado no "The Journal of Applied Physiology", pesquisadores recrutaram dez homens e seis mulheres para realizar um exercício por computador que exigia concentração, memória e velocidade de reação. Em seguida os participantes se exercitaram numa bicicleta ergométrica até se exaurirem – ou seja, até ficarem incapazes de manter uma cadência de 60 giros por minuto. Em outro dia, como controle, seu exercício físico foi precedido por 90 minutos de filmes documentários sobre carros e trens.
Embora não houvesse diferenças significativas nas medições fisiológicas (frequência cardíaca e outras) sob as duas condições, os participantes se cansaram cerca de 15% mais rapidamente após o exercício mental do que após assistir aos filmes.
Aparentemente, os resultados piores nos exercícios após esforços mentais foram causados não pelo desempenho reduzido de seus corpos, mas pela exaustão de suas mentes.
"Isso testa se o cérebro, por si só, pode limitar o desempenho físico, e acabamos mostrando que pode, sim", disse Samuele M. Marcora, principal autora e palestrante sênior em fisiologia na Universidade Bangor, em Wales. "Se você quer aprimorar sua aptidão física aos níveis máximos, provavelmente é melhor se exercitar quando não estiver mentalmente cansado."

Fonte: G1 (http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1038881-5603,00-FADIGA+MENTAL+PODE+LEVAR+A+CANSACO+FISICO+DIZ+ESTUDO.html), em 12 de março de 2009.

Ancestral do homem povoou China com 'ajuda' de glaciações, diz estudo

Conclusão vem de nova datação para o célebre 'homem de Pequim'. Fósseis de hominídeo chegam perto dos 800 mil anos, sugere análise.
Crânio reconstruído de H. erectus chinês (Foto: Russell L. Ciochon/Universidade de Iowa)
O chamado "homem de Pequim", um dos fósseis mais famosos entre os ancestrais da humanidade, acaba de ficar um pouquinho mais velho. "Um pouquinho", claro, em termos geológicos: estamos falando de 200 mil anos a mais, de acordo com uma nova datação conduzida por pesquisadores na China e nos EUA. Se a análise estiver correta, é bem provável que o Homo erectus tenha colonizado o extremo leste da Ásia com uma mãozinha das fases glaciais que estavam assolando o planeta -- os habitats abertos preferidos pelo hominídeo teriam sido favorecidos pelo frio global.

A estimativa de que o Homo erectus de Pequim viveu há 800 mil anos, e não há 600 mil anos, como se acreditava anteriormente, está na edição desta semana da revista científica britânica "Nature". A equipe liderada por Guanjun Shen, da Universidade Normal de Nanquim, usou um método novo e um bocado interessante para datar os artefatos produzidos pelo Homo erectus de Zhoukoudian. Essa caverna, que fica na zona metropolitana da capital chinesa, é a maior jazida de fósseis da espécie extinta no planeta, com seis crânios quase completos e cerca de 40 indivíduos encontrados lá.

Para a sorte de Shen e companhia, vários artefatos do local foram feitos com quartzo. E esse mineral, quando atingido por radiação cósmica, ganha duas formas instáveis dos elementos químicos alumínio e berílio, que vão desaparecendo a uma taxa fixa, como o tique-taque de um relógio. Se pedaços de quartzo forem retirados da superfície -- sendo enterrados numa caverna, por exemplo --, as formas instáveis deixam de se formar no mineral. Com isso, é possível saber com relativa precisão quando as ferramentas de quartzo foram parar na caverna, o que permitiu aos cientistas datar a ocupação do local pelo H. erectus chinês.

Fonte: G1 (http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1038581-5603,00-ANCESTRAL+DO+HOMEM+POVOOU+CHINA+COM+AJUDA+DE+GLACIACOES+DIZ+ESTUDO.html), em 12 de março de 2009.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Acidificação dos mares pode causar extinção em massa, alertam cientistas

Desde a Revolução Industrial mares estão 30% mais ácidos; há risco do desaparecimento de conchas.

Cientistas britânicos advertiram em um Congresso sobre Mundanças Climáticas em Copenhage, na Dinamarca, que as emissões de dióxido de carbono produzidas pela queima de combustíveis fósseis estão tornando os oceanos mais ácidos, o que pode provocar uma extinção em massa de espécies marinhas.

Carol Turley do Laboratório Marinho de Plymouth, no sul da Inglaterra, disse que é impossível saber como a vida marinha vai reagir, mas ela teme que várias espécies não sobrevivam.

Desde a Revolução Industrial, no século 18, as emissões de CO2 já elevaram a acidez dos mares em mais de 30%, de acordo com pesquisadores.

"Eu estou muito preocupada com os ecossistemas dos oceanos, que atualmente são produtivos e diversificados", disse Turley à BBC. "Eu acredito que nós podemos estar caminhando para uma extinção em massa, pois esse ritmo de mudanças nos oceanos não é visto desde o tempo dos dinossauros", afirmou.

"Isto pode ter um grande impacto na segurança alimentar. É realmente imperativo reduzirmos as emissões de CO2."

O problema mais acentuado é para criaturas que precisam de um ambiente alcalino para produzir conchas e carapaças formadas por cálcio. Testes de laboratório sugerem que as estrelas do mar podem desaparecer até o final do século se atual tendência de emissões continuar.

Os cientistas receiam que os mariscos também não consigam suportar o aumento da acidez.

Turley disse: "As coisas vão mudar. Nós não sabemos ainda exatamente como."

Andy Watson, biólogo marinho da Universidade de East Anglia, acredita que mudanças climáticas e pesca excessiva podem trazer sérios danos aos oceanos ainda antes dos efeitos da acidificação. Ele condena o aumento da emissão de CO2 resultante de atividades humanas, mas destaca que a acidez oceânica também pode flutuar naturalmente.

Ele imagina que algumas criaturas podem se adaptar às mudanças ao longo do tempo.

"Em várias experiências que estão sendo feitas no momento, são provocadas mudanças repentinas. O CO2 ou a acidez são aumentados rapidamente, por exemplo."

"Claro que isso não é realmente o que vai acontecer no mundo real. Ao invés disso, haverá uma elevação gradual do CO2 e da acidez. E nós não sabemos se os organismos poderão se adaptar ou o quão rápido poderão fazer isso", disse Tony Knapp, diretor do instituto BIOS, nas Bermudas, onde são feitas algumas das medições da acidez dos oceanos.

Knapp defende sua conclusão de que o aumento recente da acidez foi causado por emissões de CO2 resultantes da queima de combustíveis fósseis. "Levou muito tempo para que eu me convencesse. Sou um cético por natureza. Mas se olharmos para os dados recolhidos (...) na verdade não se pode chegar a outra conclusão", afirmou.

Como exemplo para suas previsões sobre os efeitos da acidificação nos oceanos, os cientistas citam a ilha de Ischia, na Baía de Nápoles, Itália. Ali, os cientistas encontraram indícios de que várias criaturas não vão conseguir se adaptar à crescente acidificação.

A água do mar em volta de parte da ilha é mais ácida há milhares de anos por causa de emissões de CO2 por aberturas vulcânicas que borbulham no leito marinho.

Se a pesquisa em Ischia apresentar uma imagem precisa do futuro dos oceanos, as perspectivas para os organismos que formam conchas são sombrias."Nós estamos muito preocupados", disse Jason Hall-Spencer, da Universidade de Plymouth, que estuda o local. "As mudanças aqui claramente tornaram a vida impossível para criaturas que formam conchas.""Quando você começa a mexer num ecossistema complexo, é impossível prever o que vai acontecer."

O ambiente na ilha italiana serve para dar uma idéia de quais as espécies que sairão ganhando e perdendo por causa dos altos níveis de acidez. Algumas algas marinhas podem se desenvolver mais em um ambiente altamente fertilizado com CO2.

Fonte: G1 (http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1037887-5603,00-ACIDIFICACAO+DOS+MARES+PODE+CAUSAR+EXTINCAO+EM+MASSA+ALERTAM+CIENTISTAS.html), em 11 de março de 2009. de 2009.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Nova técnica para bloquear trompas e evitar gravidez chega ao Brasil

Hospital das Clínicas, em São Paulo, foi primeiro local a adotar o método. Estratégia que dispensa cirurgia já é bastante usada nos EUA e na Europa.O Hospital das Clínicas, em São Paulo, testou e aprovou um método que pode facilitar a vida de quem espera por uma laqueadura -- procedimento cirúrgico em que as trompas são ligadas para evitar filhos. Sem cirurgia, os médicos conseguem bloquear as trompas e evitar para sempre uma gravidez.
A técnica, já usada em larga escala na Europa e nos Estados Unidos, é mais eficaz que a pílula, o DIU (dispositivo intra-uterino) e a laqueadura tradicional.
Com a ajuda de um aplicador e uma microcâmera, o médico implanta duas molas de titânio, uma em cada trompa da paciente. O dispositivo provoca uma reação no tecido, que bloqueia completamente as trompas.
A funcionária pública Neusa Maria de Brito, 39, já tem seis filhos e decidiu que não pretende mais engravidar. Por isso, tornou-se a primeira paciente a usufruir da técnica em solo nacional. "Fiquei com medo como todas, de uma nova experiência, se ia funcionar mesmo", diz. "Deu certo e eu creio que estou tranquila, não vou engravidar mais."
O procedimento é bem rápido. Demora no máximo dez minutos e pode ser feito numa consulta de rotina, no ambulatório mesmo, porque a paciente não sofre nenhuma corte, nem precisa de anestesia.
"Nós orientamos a paciente para que nos primeiros três meses ela use outro método contraceptivo, porque esse é o período para que haja a obstrução, o fechamento da trompa", explica Edmundo Baracat, diretor de ginecologia do HC.
Com a adoção do novo método nos hospitais públicos, as salas de cirurgia ficariam livres para operações mais complicadas. E, no maior ambulatório de ginecologia da América Latina, a técnica seria a saída para acabar com uma espera que pode chegar a um ano e meio.
"Nós temos uma fila aqui para laqueadura em torno de 250 a 300 mulheres", diz Walter Pinheiro, chefe do ambulatório de ginecologia do HC. "Acabaria com a fila? Acabaria com a fila imediatamente."
O método já foi aprovado pela Anvisa e será feito um pedido para que o Ministério da Saúde inclua a técnica nos tratamentos oferecidos pelo SUS.
Fonte: G1 (http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1035584-5603,00-NOVA+TECNICA+PARA+BLOQUEAR+TROMPAS+E+EVITAR+GRAVIDEZ+CHEGA+AO+BRASIL.html), em 09 de março de 2009.

Refeições em família trazem bons hábitos alimentares para jovens

Adolescentes ingeriam mais frutas, verduras e nutrientes essenciais. Dificuldade é manter o costume conforme adolescência avança.
Ensinar bons hábitos a um jovem, especialmente na transição da adolescência para a vida adulta, é tarefa difícil. Ainda mais quando estamos falando de hábitos alimentares. Segundo pesquisadores de Filadélfia, nos Estados Unidos, a melhor estratégia é fazer as refeições com os jovens -- quanto mais e por mais tempo, melhor.
Depois de acompanharem por mais de cinco anos um grupo de 600 crianças com 12 anos, os cientistas comprovaram o efeito benéfico das refeições em família. Aqueles que faziam cinco ou mais refeições com a família por semana não só adquiriam melhores hábitos alimentares como os mantinham por mais tempo. Além das refeições mais freqüentes, esses jovens se acostumaram a ter uma dieta mais rica. Consumiam mais frutas e vegetais, além de fibras, cálcio e sais minerais.
Um estudo anterior havia demonstrado que fazer as refeições em família resultava em melhores resultados acadêmicos e menos problemas sociais. Os registros também mostraram a dificuldade natural de se manter a regularidade. No início do estudo 60% dos participantes faziam as refeições em família. No final, cinco anos após, somente 30% mantinham o hábito.
O pesquisador-chefe ressaltou que a pesquisa demonstra não só os efeitos nutricionais benéficos das refeições familiares, mas também pode auxiliar a passagem dos jovens por essa difícil fase da vida.
Fonte: G1 (http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1034666-5603,00-REFEICOES+EM+FAMILIA+TRAZEM+BONS+HABITOS+ALIMENTARES+PARA+JOVENS.html), em 09 de março de 2009.