Catavento funciona em prédio que abrigou prefeitura entre 1992 e 2002.
Com o nome inspirado em um brinquedo de criança, será inaugurado nesta quinta-feira (26) o primeiro grande museu interativo de ciência de São Paulo. O Catavento, como foi batizado, irá funcionar em uma área de 8 mil m² dentro do Palácio das Indústrias, na região central da capital paulista. Ele vai estar aberto ao público somente a partir desta sexta-feira (27).
Os idealizadores informam que o museu tem um grande “apelo” junto ao público jovem – definições de seu presidente.
No espaço, criado pelas secretarias estaduais de Cultura e Educação, com apoio, por exemplo, da Universidade de São Paulo (USP), foram distribuídas 250 instalações em quatro seções chamadas universo, vida, engenho e sociedade. Em cada uma das áreas, o público terá acesso a conceitos que vão desde a formação do universo até a constituição do corpo humano e o funcionamento da sociedade. Tudo por meio da interação com equipamentos multimídia.
Logo na entrada, o visitante se depara com o primeiro dos ambientes interativos. Dentro da seção universo, a sala inicial simula a lua e visão que temos, a partir dela, da Terra. Até uma suposta pegada de um astronauta no solo lunar foi colocada no chão do local. Mais à frente, é possível ver, em grandes painéis e televisões com vídeos que respondem ao toque, a formação e constituição do universo, suas galáxias e planetas. Nesse espaço está, aliás, um dos poucos objetos históricos reais do lugar: um meteorito de 8,4 kg com mais de 6 mil anos, descoberto na Argentina.
Big Bang e Nemo
Após o passeio pelo espaço, em uma rápida passagem pelo “Big Bang” (nome dado por cientistas para explicar a origem do universo) o público chega à Terra e a percorre desde o seu núcleo até a crosta, com direito à verificar pedaços de minerais e rochas que constituem o solo. A ideia nesse espaço foi transmitir a sensação, para quem o percorre, de subir uma gruta até chegar à superfície do planeta.
Na seção seguinte, a vida, é possível se deparar com uma análise em 3D (três dimensões) do corpo humano e estudos que vão até o genoma. A biodiversidade também é apresentada neste espaço. Entre os seres vivos reais, destaque para o grande aquário com diversos “peixes palhaços”, aqueles que deram origem ao personagem Nemo, da animação “Procurando Nemo”, que deve garantir sucesso junto ao público infanto-juvenil.
No engenho, as criações do homem e como ele descobriu o funcionamento do espaço que o cerca são apresentadas nas áreas de eletromagnetismo, som, mecânica, calor e fluidos.
Conscientização juvenil
O pavimento superior do prédio foi dedicado à seção batizada de sociedade. Destaque para o espaço destinado às discussões, em que o objetivo é estimular os adolescentes e jovens a debaterem a solução de temas polêmicos que envolvem conceitos variados como ecologia e paz.
No espaço se encontra uma parede de escalada com imagens de diversos pensadores da humanidade, como Gandhi e Winston Churchill. A medida que o visitante sobe a parede e se aproxima das figuras, um sensor é acionado e as imagens conversam com o público.
Também nessa seção, por meio de uma parceria com uma ONG (organização não-governamental) que trabalha com questões envolvendo sexualidade entre adolescentes, foi montado um “espaço-labirinto” no qual grupos de 20 adolescentes participam de jogos em que, dependendo de suas respostas, demonstram conduta de risco ou prevenção com relação ao sexo.
Museu sem acervo
Com a inauguração do Catavento, a capital paulista passa a ter três grandes museus sem acervo, ou quase sem. Ao lado do Museu da Língua Portuguesa, na região da Luz, e do Futebol, no Pacaembu, o Catavento foi construído com base em ações de interatividade para reproduzir conceitos e conhecimento. Para o presidente do conselho do museu, Sérgio Freitas, essa é uma tendência do setor. "Apresentar as variedades de assuntos. Inclusive você consegue demonstrar espetacularmente conceitos que antes não se conseguia“, afirmou.
O Palácio das Indústrias, onde o museu está instalado, foi construído em 1924 e tombado como patrimônio histórico pelo Condephaat em 1982. No local funcionou a Prefeitura de São Paulo entre os anos de 1992 e 2002. Desde então, a construção estava fechada.
Em 2007, o governador José Serra (PSDB) decidiu implantar o museu no espaço. Após o início, a construção do Catavento demorou cerca de um ano e três meses para ser concluída e consumiu R$ 20 milhões. A expectativa da Secretaria de Cultura é que meio milhão de pessoas visitem o local no primeiro ano de funcionamento, sendo 15 mil alunos da rede estadual de ensino.
Museu Catavento
Local: Palácio das Indústrias – Parque Dom Pedro II, Centro de SP
Funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 17h (bilheteria fecha às 16h)
Ingresso: R$ 6 (estudantes e idosos pagam meia entrada)
(É recomendada a visita para crianças a partir dos 6 anos)
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