Monsenhor Rino Fisichella fez a advertência ao descrever a próxima conferência do Vaticano, "As novas fronteiras da genética e o risco da eugenia", que começa na sexta-feira, 20.
Fisichella reconheceu que o termo eugenia remete ao passado, quando principalmente os nazistas usaram as teorias da eugenia para justificar esterilizações forçadas e outras práticas na busca pelo estabelecimento de uma "raça superior".
"O termo 'eugenia' parece ter sido relegado ao passado e apenas pronunciá-lo provoca horror", disse Fisichella. Mas ele disse que a mesma mentalidade está crescendo - "devagar mas inexoravelmente" - embora sob diferentes nomes, e escondida por campanhas publicitárias de interesses biomédicos.
"Enquanto pode parecer que não há lugar para isso em nossas sociedades democráticas que respeitam o princípio da pessoa humana, a eugenia está reaparecendo na prática e nas consciências."
O Vaticano se opôs, por exemplo, ao diagnóstico genético pré-implantação em embriões para a verificação de doenças hereditárias, porque esse procedimento normalmente resulta na destruição dos embriões. O Vaticano acredita que a vida começa na concepção.
Fisichella, presidente da Pontifícia Academia para a Vida, disse que a conferência de dois dias, que será encerrada com uma audiência do papa Bento XVI, verificaria se há ações de eugenia entre os experimentos genéticos.
Fisichella reconheceu que avanços médicos que vieram com o Projeto Genoma Humano, que mapeou aproximadamente 25.000 genes em 2003, oferecem "possibilidades concretas" para evitar doenças genéticas. Mas ele alertou que muitas tecnologias estavam sendo desenvolvidas para oferecer uma vida normal para as pessoas, quando ninguém pode determinar o que é uma vida normal.
Fonte: Estadão (http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid325405,0.htm), em 17 de fevereiro de 2009.
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